Vejam belos e importantes livros lançados agora em agosto pela Editora e Livraria Expressão Popular.
- DA DISTOPIA CAPITALISTA À UTOPIA SOCIALISTA
Notícias de lugar nenhum ? ou uma época de tranquilidade
William Morris
SINOPSE
O livro Notícias de lugar nenhum é um romance utópico. Propõe uma visão imaginária da Inglaterra no ano 2102, após a revolução socialista. [...] O título é, sem dúvida, uma homenagem a Thomas More e seu célebre livro Utopia, de 1518 – que significa, em grego, "lugar nenhum" –, que apresenta uma ilha cujos habitantes haviam estabelecido uma sociedade de tipo comunista. Mas, enquanto a utopia de Thomas More e de muitos socialistas utópicos do século XIX [...] situam a comunidade harmoniosa num outro espaço, em Morris é o eixo temporal que predomina: o Nowhere é algo que não existe em "lugar nenhum" ainda, mas que existirá, talvez, no futuro. O princípio motor de Morris é o Princípio Esperança e o sonho acordado daquilo que ainda-não-existe (Noch-nicht-sein), de que fala Ernst Bloch. [...]
O romantismo de Morris é um protesto contra a civilização capitalista/industrial moderna, em nome de valores culturais ou sociais pré-capitalistas, uma revolta contra a reificação, a quantificação e o desencanto do mundo produzido pela lógica implacável da mercadoria e do lucro. [...] Esse romantismo se manifesta na busca de uma vida social em harmonia com a natureza, como nas formas comunitárias do passado. [...]
Outro debate interessante é sobre as liberdades individuais na nova coletividade. [...] Um dos aspectos mais profundamente modernos do livro são os seus valores: liberdade, igualdade, fraternidade, democracia, solidariedade. [...]
O autor de Notícias de lugar nenhum aprendeu a lição comum a Marx e aos anarquistas: a utopia não pode se realizar abandonando a sociedade corrupta para experimentar uma vida harmoniosa em suas margens. O desafio é transformar a própria sociedade, graças a uma ação coletiva das classes oprimidas. Em outras palavras: William Morris é um utopista revolucionário e um marxista libertário. (Michael Löwy e Leandro Konder)
TRECHO DO LIVRO
"Quando o conflito realmente se iniciou, viu-se como havia pouca coisa valiosa no velho mundo da escravidão e da desigualdade. [...] mas no tempo de luta que se seguiu tudo era esperança: 'os rebeldes' sentiam-se ao menos suficientemente fortes para reconstruir o mundo a partir do nada – e foi o que fizeram!"(Notícias de lugar nenhum).
SOBRE O AUTOR
William Morris nasceu em 24 de março de 1834 em Essex, Inglaterra. Foi poeta, romancista, decorador, artesão, pintor, arquiteto,designer e ativista político. Criou com amigos, em 1861, a oficina de artes decorativas Trabalhadores Artistas, que produzia artesanalmente móveis e objetos. Em 1887 participou da fundação da Sociedade para a Proteção dos Edifícios Antigos. Na década de 1880 tornou-se ativo militante político e em 1884 criou, com outros amigos, a Liga Socialista. É no jornal da Liga, The Commonweal, que Notícias de lugar nenhum é publicado pela primeira vez, em capítulos, de janeiro a outubro de 1890. É autor de vários outros livros e traduziu para o inglês Eneida, de Virgílio, e Odisseia, de Homero. Morreu em Hammersmith, Londres, em 3 de outubro de 1896.
William Morris foi um dos expoentes ingleses das artes e das ideias no século XIX, além de militante socialista, de quem o conceituado historiador E. P. Thompon escreveu uma formidável biografia.Em Notícias de lugar nenhum, romance utópico ambientado na Inglaterra em 2102, ele descreve a nova sociedade surgida da Grande Mudança, na qual máquinas "infinitamente superiores às do passado" libertam os indivíduos das tarefas tediosas e desagradáveis para que possam se dedicar a uma atividade humana livre e criadora.
FICHA TÉCNICA
Páginas:296 páginas
Editora: Expressão Popular / Fundação Perseu Abramo
Formato: 14 x 21 cm
1ª edição: julho de 2019
ISBN: 978-85-7743-363-6
Coleção: Literatura
Preço de capa: R$ 35
- O FUTURO DA RESISTÊNCIA DEMOCRÁTICA
O colapso da democracia no Brasil: da constituição ao golpe de 2016
Luís Felipe Miguel
SINOPSE
Neste breve e esclarecedor ensaio de interpretação sobre o Colapso da democracia no Brasil, Luís Felipe Miguel analisa o processo do golpe contra a democracia e contra o povo brasileiro. Em um contexto de franca ofensiva imperialista por parte dos EUA em busca de retomar o controle político (e econômico) na América Latina, as classes dominantes locais agiram, mais uma vez, no sentido de garantir os interesses das classes dominantes dos países centrais do capitalismo. Nele o autor procura responder à pergunta: Como foi possível que o regime democrático e o sistema de direitos construídos no Brasil ao longo de mais de duas décadas ruíssem em tão curto prazo? Para isso, é de fundamental importância compreender e analisar as relações de forças entre os diferentes grupos sociais bem como suas relações com as instituições do país, a saber, a democracia, o poder judiciário, a mídia entre outras.
TRECHO DO LIVRO
"Diante deste cenário, ainda podemos falar em democracia no Brasil? As respostas não se resumem a 'sim' ou 'não': formam um gradiente. (...) Em suma: saímos de uma democracia muito insuficiente para um regime pior ainda. Demos passos na direção de uma ditadura, mas não trilhamos todo o caminho. Estamos entrando no finalzinho do gradiente, no lusco-fusco, entre uma democracia que já não é e uma ditadura que ainda não pode ser. [...] A insanidade autoritária corporificada no governo Bolsonaro pressiona o campo popular a assumir, como bandeira prioritária, talvez única, o retorno à democracia que estamos perdendo".
SOBRE O AUTOR
LUIS FELIPE MIGUEL (Rio de Janeiro, 1967) é doutor em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e professor titular livre do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), onde coordena o Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Desigualdades (Demodê). É pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). É autor, entre outros, dos livros Democracia e representação: territórios em disputa (Editora Unesp, 2014), Consenso e conflito na democracia contemporânea (Editora Unesp, 2017) e Dominação e resistência: desafios para uma política emancipatória (Boitempo, 2018).
FICHA TÉCNICA
Páginas:296 páginas
Editora: Expressão Popular / Fundação Perseu Abramo
Formato: 12 x 18 cm
1ª edição: julho de 2019
ISBN: 978-85-7743-362-9
Coleção: Emergências
Preço de capa: R$ 15
- A CULTURA DO BEM-VIVER E A LUTA PELA MÃE TERRA
Povos indígenas – terra, culturas e lutas
Benedito Prezia, Beatriz Catarina Maestri, Luciana Galante
SINOPSE
O objetivo principal desta obra é contribuir para conhecer o indígena no Brasil atual, não apenas como povos milenares resistentes aos mais de 500 anos de opressão, desde a invasão portuguesa, mas como etnias que neste momento enfrentam um violento retrocesso político. Para isto, os autores desconstroem a figura genérica do índio, tal como é apresentada nos livros didáticos, e apresentam a diversidade dos mais de trezentos povos ou etnias, em diferentes ambientes geográficos e específicos contextos sociais. O foco principal é o reconhecimento dos atuais traços culturais das etnias que persistem mesmo com as mudanças dos traços físicos e do modo de vida, cuja centralidade é a terra, lugar onde se constitui a sua identidade social. Portanto, conhecer a questão indígena no Brasil atual é entender a urgência da demarcação de suas terras e o modo pelo qual as etnias tem se organizado, junto à sociedade brasileira, para a resistência política. Os autores destacam, nesse processo, o papel da mulher, do idoso e da criança, o universo religioso, bem como todos saberes indígenas no sentido do conhecimento e da preservação da natureza. Uma obra que contribui para a formação de uma nova geração que participe ativamente da construção de uma sociedade brasileira plural, formada por muitos povos e culturas que aqui vivem há milhares de anos.
TRECHO DO LIVRO
"Defendemos formas de vidas plurais e autônomas, inspiradas pelo modelo do Bem-Viver Plena, onde a Mãe Terra é respeitada e cuidada, onde os seres humanos representam apenas mais uma espécie entre todas as demais que compõem a pluridiversidade do planeta. Nesse modelo, não há espaço para o chamado capitalismo verde, nem para suas novas formas de apropriação de nossa biodiversidade e de nossos conhecimentos tradicionais associados. [...] Reivindicamos o reconhecimento e demarcação imediatos das terras indígenas, inclusive com políticas de fortalecimento das áreas demarcadas, incluindo desintrusão [retirada] dos fazendeiros e outros invasores de territórios!" (Declaração Final da Cúpula dos Povos por Justiça Social, Acampamento Terra Livre, Rio de Janeiro, 2012)
SOBRE OS AUTORES
Benedito Prezia é coordenador do Programa Pindorama de formação de jovens estudantes indígenas; atuou nos movimentos populares desde o final dos anos 1970, na periferia de São Paulo; é pesquisador da história indígena, desde 1983, quando trabalhou por oito anos no setor de formação e publicações do Centro Indigenista Missionário (Cimi); é graduado em Filosofia, mestre em Linguística Geral (USP) e doutor em Antropologia (PUC/SP), com vários livros publicados, como História da resistência indígena, 500 anos de luta (Expressão Popular, 2017).
Beatriz Catarina Maestri participou da elaboração deste livro até 2013 quando faleceu, aos 49 anos, em decorrência de uma queda. Participou da causa indígena desde jovem, em Santa Catarina, tendo pertencido à Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas. Graduou-se em História (Udesc) e concluiu mestrado em Antropologia (UFSC). Nos anos 1980, atuou junto aos povos Kaingang, Xokleng, Guarani Mbyá e Cafusos da região de José Boiteux (SC), em parceria com o Cimi, tornando-se missionária do Cimi-Regional Sul. A partir de 2005, trabalhou com indígenas no contexto urbano de São Paulo (SP).
Luciana Galante trabalha com povos indígenas desde o final dos anos 1990, tendo atuado na área ambiental junto aos povos Kulina e Kanamari, no Amazonas, pela Operação Amazônia Nativa (Opan); é graduada em Biologia (Mackenzie) e mestre em Antropologia (PUC/SP). Em São Paulo, realizou pesquisas com o povo Guarani Mbyá, na área da etnobotânica, buscando valorizar o conhecimento tradicional, que resultou em sua dissertação de mestrado, Investigação etnobotânica na comunidade Guarani Mbya de Tekoa Pyau (2011).
FICHA TÉCNICA
Páginas:144 páginas
Outras Expressões
Formato: 20 x 27 cm
1ª edição: julho de 2019
ISBN: 978-85-9482-038-9
Preço de capa: R$ 35
Link do site da Expressão Popular:
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