Dirceu, Delúbio e Genoino dividem cela em prisão do sistema semiaberto

Genoíno - Zé Dirceu - Delúbio Soares

Cinco condenados do mensalão passaram para o sistema semiaberto. José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoíno agora dividem a mesma cela, com capacidade para oito presos. José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoíno poderão ficar no pátio, entre 9h e 16h.

Na segunda-feira (18), depois de três dias em prisão provisória, 11 condenados no processo do mensalão começaram a cumprir oficialmente as penas fixadas pelo Supremo Tribunal Federal. E nesta terça-feira, o presidente do STF, Joaquim Barbosa, pode expedir a pena de prisão para outros sete condenados no processo do mensalão.

Já era noite quando Kátia Rabello, ex-presidente do Banco Rural, e Simone Vasconcelos, ex funcionária do operador do mensalão, Marcos Valério , foram levadas da Superintendência da Polícia Federal para o 19º Batalhão de Polícia Militar, que fica dentro do Complexo da Papuda.

No fim da tarde, os quatro presos que começam a cumprir a pena no regime fechado - Marcos Valério, os ex-sócios dele, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, e o ex-dirigente do Banco Rural, José Roberto Salgado - foram transferidos para a penitenciária número 1 da Papuda. Eles terão direito a duas horas de banho de sol por dia e alimentação de acordo com prescrição médica.

Já o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT, José Genoíno, Delúbio Soares, que era tesoureiro do partido, o ex-deputado do PTB Romeu Queiróz, o ex tesoureiro do antigo PL, atual PR, Jacinto Lamas foram transferidos para o Centro de Internamento e Reeducação, um local reservado para quem cumpre pena no regime semiaberto dentro do Complexo da Papuda.

Nessa unidade, eles poderão praticar atividades esportivas e tomar banho de sol entre nove 9h e 16h. Só poderão sair para trabalhar depois que comprovarem que têm emprego e quando tiverem autorização da Justiça.

Durante todo o dia, advogados dos condenados que tinham direito ao regime semiaberto reclamaram que os clientes passaram três dias presos em regime fechado.

Até o ministro da Justiça criticou o fato. “O correto é que cada preso siga o regime que a decisão judicial lhe determinou. Não vejo muito sentido, aliás acho incorreto, que alguém que foi condenado ao regime semiaberto venha a ter um regime mais gravoso que esse. Isso não é um bom procedimento legal”, disse José Eduardo Cardozo.

Em Belém, onde participou de um encontro do judiciário, o presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, não quis comentar as declarações do ministro da Justiça.

Parentes do ex-presidente do PT e o senador Eduardo Suplicy conseguiram visitar Genoino na prisão. “Ele estava melhor de espírito e, sobretudo, acredito que tenha feito enorme bem a ele ter visto os seus familiares, que representaram para ele um afago importante”, disse Suplicy.

Os advogados de Kátia Rabello, Cristiano Paz e José Roberto Salgado pediram à justiça a transferência deles para Minas Gerais. “O sentenciado deve cumprir a pena no lugar onde ele mora, o mais perto possível da família”, afirmou Márcio Thomaz Bastos, advogado de Salgado.

Toda a movimentação dessa segunda-feira foi determinada pela Vara de Execuções Penais de Brasília, mas a partir de agora, é o Supremo que vai decidir sobre pedidos de transferência dos presos para outros estados e de prisão domiciliar, e até solicitações, como Indulto de Natal. Créditos G1