LFS Política
Repercutimos aqui o último Boletim O Ponto - Em fuga.
Créditos MST.
--------------------------
Receba as principais notícias sobre Política no seu Whatsapp: https://chat.whatsapp.com/DSgqXE693vkKpFU9avrFcO
-----------------------
![]() |
Comunicado nº 52/2025 São Paulo, 06 de junho de 2025 |
Boletim O Ponto - Em fuga |
![]() |
Em fuga Olá, da direita à esquerda, a semana mostrou que não existe avião ou desculpa capaz de fugir da realidade.
.Fora da área de cobertura. Bem se entende porque a comunicação do governo é falha. O tímido otimismo do eleitorado com a economia não é completamente fora de lugar. Jogando contra o crescimento da economia está a Faria Lima, preguiçosa e satisfeita com os lucros do rentismo, que ganhou o apoio do Congresso na última semana na batalha do IOF. O governo deve perder essa queda-de-braços, recuando no IOF e transferindo a conta para a diminuição do Fundeb, mas também, garantindo uma possível vitória de Haddad, no caso, a redução de benefícios e isenções fiscais. Além disso, enquanto Lula defende que é hora de baixar os juros, quem opera a política contracionista é seu ex-aliado, o jovem e promissor Gabriel Galípolo. O aquecimento da economia é visto pelo governo como mérito e pelo Banco Central como defeito. E parece cada vez mais improvável que a visão de Lula prevaleça. Tanto que já há banqueiro apostando que Galípolo vai aumentar de novo a taxa Selic em junho. Contra esse tipo de confusão não há Secretaria de Comunicação que dê conta. O mesmo curto-circuito vive o tema ambiental, aquele que um dia já foi vitrine do Brasil para o mundo. Por um lado, o governo prepara-se para receber a COP 30 e pode comemorar a recuperação do Fundo Amazônia. Mas, por outro, não sabe dizer como irá tirar do papel sua própria proposta de criar uma autoridade climática. O tema aguarda na gaveta há mais de um ano e sofre com ausência de um desenho institucional, com a falta de orçamento e com as pressões do agronegócio. Sinal dos tempos foi a rápida aprovação no Congresso do PL da Devastação, que deve contribuir para acelerar o desmatamento de todos os biomas do território nacional. E é claro que o impasse atravessa as relações externas. A visita do presidente brasileiro à França contribuiu para reforçar o discurso sobre as mudanças climáticas, mas move-se também pelo interesse do agronegócio brasileiro em fazer avançar o acordo UE-Mercosul.
.Bloqueados. A fuga de Carla Zambelli, assim como a de Eduardo Bolsonaro, demonstra que o bolsonarismo só é corajoso nas redes sociais ou quando protegido pelo foro privilegiado. O destino de Zambelli é ilustrativo de como as saídas para os bolsonaristas vão diminuindo e porquê a direita tem pressa para se livrar de Jair e lançar Tarcísio de Freitas à presidência. Mas, o fim eleitoral ou carcerário do bolsonarismo não significa o fim da extrema-direita. Como provou o 2º Seminário Nacional de Comunicação do Partido Liberal onde funcionários de big techs como a Google e a Meta deram oficinas ensinando o usar a inteligência artificial para espalhar fake news. Aliás, é justamente pela relação carnal entre as big techs americanas e a extrema-direita que o julgamento do Marco Regulatório da Internet no STF foi retomado. Em partes, como resposta do Tribunal às ameaças de Marco Rubio e Eduardo Bolsonaro desde os Estados Unidos. Em partes, porque como admitiu o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, o STF cansou de esperar que o Congresso e o Executivo tomassem alguma atitude. Apesar de André Mendonça ter jogado água fria na pressa do Supremo, ganhando tempo para os que torcem pelo bolsonarismo e pelas empresas, o mais provável é que seu voto seja minoritário e que o STF amplie a possibilidade de responsabilização das empresas em caso de conteúdos criminosos compartilhados em suas plataformas. Na sequência, o governo regulamentaria outras medidas na mesma linha. A questão é saber se STF e governo ganham esta queda de braço ou se os parlamentares vão, mais uma vez, usar o Congresso para legislar em causa própria, como já fez Kim Kataguiri, que jamais seria deputado sem a força destas big techs.
.A encruzilhada ambiental do governo Lula: refém do PIB, governo atrasa agenda ecológica. Os compromissos ambientais do governo na contramão dos interesses do agronegócio e da indústria. No Brasil de Fato.
.Agronejo: como o sertanejo virou braço cultural do agro e foi usado pela direita. O Repórter Brasil mostra como o agronegócio capturou a música do interior do país.
.Os cantores comunistas que formaram Bob Dylan. Na Jacobin, Taylor Dorrell resgata a influência do pensamento comunista na música folk estadunidense.
Ponto é escrito por Lauro Allan Almeida Duvoisin e Miguel Enrique Stédile. |
Comentários
Postar um comentário
Não serão tolerados ofensas.