Impacto em gastos sociais é o que mais preocupa os setores populares, que acreditam que “a conta da crise não dever ser paga pelos trabalhadores”.
16/09/2015
Da Redação
Movimentos populares lançaram comunicados em que se posicionam no atual cenário político e social no Brasil. Nos documentos, há críticas às medidas econômicas adotadas no segundo mandato de Dilma Rousseff (PT).
O novo pacote de medidas fiscais anunciado recentemente pelo Governo Federal prevê corte em gastos sociais, como no Minha Casa, Minha Vida, na subvenção agrícola e na saúde. Grupos como MST, MTST e CUT mostraram sua insatisfação afirmando que os trabalhadores não podem pagar pela crise.
“A declaração do governo foi lamentável em um momento de crise como o que vivemos agora. Há outros mecanismos de arrecadar recursos além de tirar o financiamento de programas e áreas sociais. O governo precisa fazer o que nunca foi feito nesse país: taxar as grandes fortunas e fazer uma auditoria da dívida pública brasileira”, afirma Natália Szermeta, do MTST. O movimento vai às ruas em todo o país na próxima quarta-feira (23).
No dia 05 de outubro, a CMP, a União Nacional de Moradia Popular, a Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam) e o Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM) também irão se mobilizar nacionalmente contra o ajuste fiscal e para que o Minha Casa Minha Vida seja lançado com condições de atender à população.
A maior preocupação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) seria a falta de diálogo do governo nos momentos de tomadas de decisões “que afetam a vida de todo povo brasileiro”, o que faria com que as medidas tomadas não correspondessem aos anseios da população. “Nenhuma das medidas aponta para a retomada do crescimento e geração de empregos, que são os problemas mais urgentes e graves que enfrentamos atualmente”, diz sua nota.
Cerca de 10 mil trabalhadores ligados a CUT se reuniram na última terça-feira (15) na Avenida Paulista. O ato foi mais uma ação em repúdio ao pacote de medidas do governo que pretende equacionar o déficit orçamentário de mais de R$ 30,5 bilhões do próximo ano. No comunicado ainda, a Central diz que pretende pedir uma audiência com a presidente Dilma Rousseff para apresentar seu programa econômico.
O documento lançado pelo MST denuncia o impacto dos cortes promovidos para o avanço da reforma agrária. “O programa de Reforma Agrária, que já estava debilitado, sofreu um agressivo corte de 64% no Orçamento do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) e do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária)”. Nesse sentido, os Sem Terra pedem prioritariamente o assentamento de “todas as 120 mil famílias acampadas”.
A nota ainda menciona a questão indígena, manifestando repúdio “ao massacre orquestrado pelo Agronegócio e pelas forças conservadoras contra os povos indígenas, especialmente o povo Guarani – Kaiowá”, além de exigir o “o veto da lei anti terror pelo poder executivo”, em referência ao projeto de lei tido como parte de um processo de "perseguiçao e criminalização" dos movimentos populares.
Brasil de Fato / Blog do Capitão Fernando - Política
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