O oposicionista PPS será convidado formalmente no próximo dia 31 a integrar a chapa presidencial do governador Eduardo Campos (PSB-PE) e da ex-senadora Marina Silva, possivelmente em um evento na cidade de São Paulo.
Tendo aprovado em dezembro um indicativo de apoio a Campos, o partido passará, a partir desse dia, a discutir conjuntamente com o PSB e a Rede Sustentabilidade, o grupo político de Marina, as diretrizes do programa de governo da chapa.
De acordo com o presidente do PPS, Roberto Freire, as propostas do PPS serão consolidadas pelo ex-deputado federal Raul Jungmann, que foi ministro do Desenvolvimento Agrário no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Além da participação na definição do programa de governo, o PPS irá discutir com PSB e Rede as candidaturas nos Estados, o que tem potencial para aumentar a já delicada costura de Marina e Campos para formar suas chapas regionais.
Em São Paulo, por exemplo, o PSB tinha traçado o plano de apoiar a reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB), mas Marina pressiona por uma candidatura própria. O PPS tende a engrossar a articulação pelo apoio a Alckmin.
Segundo Freire, mesmo com a aliança nacional, nada impede que o PPS siga caminho diverso nos Estados em que não conseguir um consenso com PSB e Rede.
A adesão do PPS encerra uma trilha conturbada do partido nos preparativos para as eleições deste ano. Após ver fracassar sua tentativa de fusão com o PMN, a sigla se ofereceu para abrigar a candidatura presidencial de José Serra, que, porém, decidiu permanecer no PSDB.
Após isso, negociou o ingresso de Marina, também com o propósito de patrocinar sua candidatura ao Palácio do Planalto, mas a ex-senadora, que não conseguiu montar sua própria sigla a tempo de disputar as eleições, se filiou ao PSB e declarou apoio ao projeto presidencial de Campos.
Depois desse novo revés, o partido cogitou lançar candidatura própria –a da ex-vereadora paulistana Soninha Francine– ou apoiar Aécio Neves (PSDB), teses que acabaram derrotadas internamente.
Devido à pequena representação do PPS na Câmara dos Deputados –apenas 8 das 513 cadeiras–, a adesão do partido à chapa Campos-Marina renderá à dupla apenas 16 segundos na propaganda do rádio e na TV, principal instrumento das campanhas eleitorais.
Com base no cenário atual das alianças, a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) projeta obter 49% do tempo de TV, um recorde nas disputas presidenciais, contra 16% de Aécio e 8% de Campos-Marina. A divisão oficial do tempo só será conhecida a partir de julho
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