Foto: Adriana Franciosi / Agencia RBS |
Em delação premiada, Paulo Roberto Costa listou políticos que integrariam o esquema de corrupção: um deles seria o deputado federal José Otávio Germano (PP-RS)
Em 80 depoimentos, o primeiro delator da Operação Lava-Jato, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, citou 28 políticos que teriam se beneficiado do esquema de corrupção na estatal. Um deles é gaúcho: o deputado federal José Otávio Germano (PP). As informações são do jornal O Estado de São Paulo.
A relação inclui parlamentares que integram a base aliada do Palácio do Planalto, ministro, ex-ministro, governador e ex-governadores. Alguns dos nomes não haviam sido revelados até então. É o caso do governador do Acre, Tião Viana (PT), e dos deputados Vander Luiz dos Santos Loubet (PT-MS), Alexandre José dos Santos (PMDB-RJ), Luiz Fernando Faria (PP-MG) e José Otávio Germano (PP-RS).
Germano nega qualquer envolvimento com o esquema de corrupção. O deputado admite que esteve duas vezes com Paulo Roberto na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, para tratar de assuntos institucionais. Nas oportunidades, o delator ocupava a diretoria de Abastecimento da estatal e o deputado presidia a Comissão de Minas e Energia da Câmara.
— Afirmo categoricamente que nada sei sobre os fatos denunciados pela Operação Lava-Jato, e que por isso mesmo nada devo e nada temo — disse Germano, que se manifestou por meio de nota.
Entre os nomes citados, oito são políticos do PMDB, 10 do PP, oito do PT, um do PSB e um do PSDB. Alguns, segundo o ex-diretor de Abastecimento, recebiam repasses com frequência ou valores que chegaram a superar R$ 1 milhão – dinheiro que teria sido usado em campanhas eleitorais. Outros teriam recebido repasses esporadicamente.
Confira os nomes:
Gleisi Hoffmann (PT-PR) - senadora e ex-ministra da casa civil
Humberto Costa (PT-PE) - senador e líder do PT no Senado
Antonio Palocci - ex-ministro dos governos Lula e Dilma
Lindbergh Farias (PT-RJ) - senador
Tião Viana (PT-AC) - governador
Delcídio Amaral (PT-MS) - senador
Cândido Vaccarezza (PT-SP) - deputado federal
Vander Loubet (PT-MS) - deputado federal
Renan Calheiros (PMDB-AL) - presidente do Senado
Edison Lobão (PMDB-MA) - ministro de Minas e Energia
Henrique Alves (PMDB-RN) - presidente da Câmara
Sérgio Cabral (PMDB-RJ) - ex-governador do Rio de Janeiro
Roseana Sarney (PMDB-MA) - ex-governador do Maranhão
Valdir Raupp (PMDB-RO) - senador
Romero Jucá (PMDB-RR) - senador
Alexandre José dos Santos (PMDB-RJ) - deputado federal
Eduardo Campos (PSB-PE) - ex-governador, morto em agosto
Sérgio Guerra (PSDB) - ex-presidente nacional do partido
Ciro Nogueira (PP-PI) - senador
João Pizzolatti (PP-SC) - deputado federal
Nelson Meurer (PP-PR) - deputado federal
Simão Sessim (PP-RJ) - deputado federal
José Otávio Germano (PP-RS) - deputado federal
Benedito de Lira (PP-AL) - senador
Mário Negromomento (PP) - ex-ministro das Cidades
Luiz Fernando Faria (PP-MG) - deputado federal
Pedro Corrêa (PP-PE) - ex-deputado federal
Aline Lemos de Oliveira (PP-SP) - deputada federal
Os depoimentos do ex-diretor, que se estenderam por duas semanas, entre agosto e setembro, fazem parte do acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal em troca de redução da pena. Desde que sua delação foi aceita pelo Supremo Tribunal Federal, ele cumpre prisão em regime domiciliar, no Rio de Janeiro.
* Zero Hora
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