O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) se manifestou sobre as manifestações ocorridas no domingo (12) e sugeriu que os partidos de oposição se distanciem dos protestos populares. “Os movimentos tem uma dinâmica popular e não foram convocados por partidos políticos. As siglas têm uma responsabilidade institucional”, disse FHC, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que considerou grave a participação das legendas nos atos, o que poderia soar como tentativa de “instrumentalizar aquilo que não é instrumentalizado”. Já para parte dos organizadores do Vem Pra Rua e do Movimento Brasil Livre, criticam os líderes tucanos que estariam atuando de forma “frouxa” e que deveriam ser mais ativos na abertura de um processo de impeachment.
FERNANDO HADDAD - ”Antiantirracismo” Sabemos que, ainda hoje, há uma prática no Brasil de simplesmente negar o racismo. Todo aquele discurso eugênico de embranquecer o país, que prevaleceu até os anos 1930, deu lugar à ideia de democracia racial, supostamente evidenciada pela miscigenação. Anos antes da Abolição, foi aprovada a Lei Saraiva (1881), que negava aos analfabetos o direito de votar. Na virada do século 19, os alfabetizados representavam 15% da população. Entre os negros, esse número, considerados censos latino-americanos com recorte racial (Cuba e Porto Rico), devia girar em torno de 2%. Essa realidade só veio mudar com o fim da ditatura militar, cem anos depois, em 1985, quando a taxa de analfabetismo no Brasil ainda era de 22%. A de negros, de cerca de 36%. O povo passou a votar. A luta pela universalização do direito à educação ganhou impulso. E logo os negros bateram à porta da universidade, que permanecia fechada. Vieram o Prouni (2004), o Reuni (2007), o Enem/SiS...
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