TEREZA CRUVINEL (SITE 247) ENTREVISTA DEPUTADO RODRIGO MAIA, PRESIDENTE DA COMISSÃO DE REFORMA POLÍTICA !
1. TC: Deputado, desta vez a reforma política sai?
Maia: Acho que se a comissão, e depois o plenário, entenderem que precisamos fazer uma evolução no sistema político e não uma revolução no sistema ela sairá. Agora, se quisermos implantar o sistema inglês, o sistema alemão ou qualquer outro, não sairemos do lugar. Precisamos entender que temos um modelo, que ele tem aspectos ruins que precisam ser corrigidos, dando um passo à frente. Alguns querem fazer revolução, outros escrever autobiografia e tanto uma coisa como outra não nos levará a lugar algum.
2. TC: Tratemos de cada um deles, começando então por esta forma de eleger deputados em que trocaríamos o sistema proporcional que vigora hoje pela regra de que serão eleitos os mais votados. Neste sistema, que vem sendo chamado de "distritão", poderia haver coligações entre partidos?
Maia: Não, a coligação proporcional acaba porque não haverá mais interesse dos pequenos partidos nas alianças e nem interesse dos candidatos em concorrer por partidos pequenos. Se para se eleger o candidato precisará ter uma grande votação, individualmente, ele terá mais interesse em concorrer por partidos maiores, melhor estruturados, que permitirão ao futuro deputado ocupar posições importantes na Câmara, como presidir comissões, integrar a Mesa ou relatar matérias relevantes.
3. TC: Este sistema então poderá conter a pulverização?
Maia: Tenho certeza que sim. Com exceção dos partidos mais ideológicos, com PSOL ou PC do B, ninguém terá interesse em ficar em partidos com quatro ou cinco deputados. Haverá uma concentração natural nos partidos com perspectiva de poder, sejam de centro-esquerda ou de centro-direita, embora os partidos ideológicos devam continuar existindo, e por isso sou contra o voto distrital, em que não teriam como sobreviver./ – O "distritão" não eliminaria tanto estes partidos ideológicos quanto aqueles candidatos temáticos, que se elegem sustentando bandeiras relacionadas com um público específico e disperso? Maia – Pelo contrário. Eles desapareciam é com o modelo distrital, misto ou puro.
SITE 247 / Blog do Capitão Fernando
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