1. A imprensa tem divulgado e reiterado que o PMDB do Rio é o mais solidário à presidente Dilma. Isso não se dá por razões programáticas ou políticas, mas por razões pragmáticas.
2. A proximidade dos governos do Rio -Estado e Capital- ao governo federal se deu intensamente com Lula e -por sucessão- com Dilma. Com S.Paulo e Minas controlados pelo PSDB, restou o Rio de Janeiro no "Triangulo das Bermudas". Quando do acordo entre MG e RS no início do governo FHC, o Rio já havia se beneficiado. FHC autorizou antecipar R$ 9 bilhões de reais dos royalties do petróleo, valorizando o barril a 17 dólares para cálculo dos pagamentos.
3. Lula e depois Dilma assinaram vários convênios e compromissos com os governos do PMDB no Estado e na Capital. Novos empréstimos, novas obras, novos programas... Os de menor valor e de curto prazo foram sendo realizados. Mas aqueles de maior valor e prazo exigiam uma maturação que ia -e vai- até o segundo governo Dilma.
4. A crise fiscal exigiu do governo federal -pós-Levy- conter as transferências de recursos ou atrasar as parcelas de financiamentos. Isso teve impactos sobre as finanças estaduais e municipais do Rio.
5. Mais grave em relação ao Governo Estadual que -com a queda das receitas pela crise e do valor do barril do petróleo, a menos da metade afetando duramente os royalties- passou a conviver com um déficit primário, em 2015-2016, de mais de R$ 10 bilhões. O apoio federal é um caso de vida ou morte. Ambos buscaram recursos por uma vez em depósitos judiciais e diversos tipos de anistia e remissão. O que só vale por uma vez.
6. A Prefeitura do Rio assumiu obras em parceria com o governo federal, seja pela liberação de empréstimos seja pela participação direta. A Prefeitura projetou uma expansão de gastos -em especial de investimentos- para os últimos 2 anos de governo. As receitas não cresceram como o esperado, a troca de cerca de 20% da dívida em reais para dólares onerou o serviço da dívida, a mudança do prazo de reajuste dos contratos de 2 anos para um ano, a reativação do BDI para quase uns 20% do valor das obras, etc., transformaram o superávit em déficit. O atraso em pelo menos 3 meses do reajuste dos servidores é prova clara dos problemas enfrentados.
7. Se Dilma não atropelar Levy e garantir os recursos para seus parceiros, o ano de 2016 será crítico. Para o Estado significará o aprofundamento de sua gravíssima situação financeira. Para a Prefeitura do Rio, num ano eleitoral e ao mesmo tempo exposto pelos JJOO-2016, o crescimento desse déficit significará obras não concluídas, serviços afetados e constrangimento eleitoral.
8. Assim, ao PMDB do Rio -Estado e Prefeitura- não resta alternativa senão apoio amplo, geral e irrestrito à Dilma. Apoio a seu governo. Apoio às medidas que adote. Apoio..., a seu mandato.
Ex-Blog do Cesar Maia/ Blog do Capitão fernando
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