POR ANTÔNIO AUGUSTO*
Ah! que politiqueria pequena a dos que têm uma mera ótica parlamentar: Chico Alencar blasona que o PSOL e a Rede foram os únicos partidos a votar contra que Jovair Arantes ocupasse a relatoria na Comissão de “Impeachment”. Mas a Rede não é a agremiação que defende o fim do mandato de Dilma para já, dourando a pílula com eleição agora, isto é, defende o golpe?
Marina, a líder da Rede, votou e fez campanha para Aécio no segundo turno da eleição presidencial. O próprio Plínio de Arruda Sampaio, candidato a presidente pelo PSOL em 2010, a caracterizou muito bem como “ecocapitalista”.
Quanto ao PSOL, está longe de ser consequente na luta contra o golpe: por exemplo, em artigo recente de Marcelo Freixo (outro cuja bússola é só sua candidatura a prefeito do Rio), na Folha de S. Paulo, não se posiciona explicitamente contra o “impeachment”, isto é, contra o golpe. Diz que o “impeachment” só é golpe se não houver razões fundadas, mas não diz que no atual golpe elas não existem: uma no cravo, outra na ferradura.
E o próprio Chico Alencar, as notas do PSOL, não veem o perigo que corre a democracia, ficam surfando na onda de que “O governo Dilma é indefensável”, fazendo, quanto a isso, coro até literal com a direita mais troglodita. Os golpistas, claro, gostam e se aproveitam disso. Para não falar de Luciana Genro, que está dando uma banana para o fim da democracia no Brasil.
É um pessoal, esse do PSOL, que gosta de jogar para a plateia, cultivar o eleitoralismo, um nicho de mercado eleitoral. Fazer o quê? São as inconsequências do radicalismo pequeno-burguês de fachada socialista.
* Antônio Augusto é jornalista
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