Pular para o conteúdo principal

Brasil anuncia retorno de cubanos ao programa Mais Médicos

Brasil anuncia retorno de cubanos ao programa Mais Médicos 





Karina Zambrana/Ascom-MS/Fotos Públicas


O Diário Oficial da União publicou nesta sexta-feira (11) uma portaria do Ministério da Saúde com a lista dos nomes dos médicos cubanos reincorporados ao projeto Mais Médicos.

De acordo com a portaria publicada, são mais de 350 profissionais que trabalharão em municípios de 24 estados. A saber: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.

De acordo com a portaria, o programa Mais Médicos para o Brasil objetiva fortalecer o serviço de atenção básica do país.

Mais Médicos: ambulância leva paciente no povoado de Tingui, na Bahia
©ADRIANO VIZONI/FOLHAPRESS
Mais Médicos: ambulância leva paciente no povoado de Tingui, na Bahia

Entenda o Mais Médicos

O programa Mais Médicos foi criado em 2013 pela então presidenta Dilma Rousseff com o objetivo de enviar profissionais da saúde para regiões pobres e que não tinham cobertura médica. Diante de seu sucesso, ele foi ratificado em 2017 pelo presidente Michel Temer.

Além do envio de médicos para áreas onde faltavam profissionais, o programa previa a ampliação do número de vagas nos cursos de graduação, especialização e residência médicas, além de melhoria na infraestrutura da saúde.

Primeiros médicos cubanos são levados de avião para as áreas onde iriam atuar, em 2013, logo após a criação do programa
© FOTO / ©ERASMO SALOMÃO/ MINISTÉRIO DA SAÚDE
Primeiros médicos cubanos são levados de avião para as áreas onde iriam atuar, em 2013, logo após a criação do programa
A maior parte dos médicos de Cuba atuaram em áreas periféricas das grandes cidades e municípios menores com pouca infraestrutura. Os profissionais ocuparam as vagas que foram anteriormente ofertadas a médicos brasileiros e a estrangeiros de outras nacionalidades

Os cubanos foram os últimos na lista de prioridade para a alocação de vagas. Isto significa que estes médicos foram trabalhar em locais onde os profissionais brasileiros e de outras nacionalidades não quiseram ir. Eles estiveram em mais de 2.800 cidades e nos 34 distritos de saúde indígenas.

Idas e vindas com o governo Bolsonaro

Crítico do programa Mais Médicos, o então deputado federal Jair Bolsonaro havia comparado, em 2013, os médicos cubanos com açougueiros.

Ao ser eleito em 2018, e mesmo antes de tomar posse como presidente da República no ano seguinte, Bolsonaro prosseguiu com sua cruzada contra o programa Mais Médicos. Na época, ele acusou os cubanos de serem "agentes infiltrados".

Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, durante cerimônia no Palácio do Planalto, Brasília, 8 de dezembro de 2020
© REUTERS / UESLEI MARCELINO
Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, durante cerimônia no Palácio do Planalto, Brasília, 8 de dezembro de 2020
Em novembro de 2018, as declarações de Bolsonaro levaram o governo de Cuba a deixar o Mais Médicos no Brasil. Na época, o governo cubano escreveu um manifesto condenando a postura do presidente, e rechaçando as acusações.

"Não aceitamos que se ponham em dúvida a dignidade, o profissionalismo, e o altruísmo dos colaboradores cubanos que, com o apoio de seus familiares, prestam serviço atualmente em 67 países", dizia a nota.

Meses depois, em setembro de 2019, quando fez sua estreia na Assembleia Geral da ONU, Bolsonaro afirmou que o programa Mais Médicos representava "um verdadeiro trabalho escravo".

Créditos Sputnik

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

POLÍTICA - CORRIDA ELEITORAL

POLÍTICA - CORRIDA ELEITORAL ******************  CORRIDA ELEITORAL  Lula jantou com caciques do MDB. No cardápio, a tentativa de conseguir o apoio do partido já no primeiro turno, com a fritura da candidatura de Simone Tebet. ..........................  Ficou para 7 de maio o lançamento da pré-candidatura de Lula. ..........................  Continua a novela do vice de Bolsonaro. Segundo o presidente, há "90% de chances" de ser Braga Netto.  ****************** Créditos UOL

FERNANDO HADDAD - ”Antiantirracismo”

  FERNANDO HADDAD - ”Antiantirracismo” Sabemos que, ainda hoje, há uma prática no Brasil de simplesmente negar o racismo. Todo aquele discurso eugênico de embranquecer o país, que prevaleceu até os anos 1930, deu lugar à ideia de democracia racial, supostamente evidenciada pela miscigenação. Anos antes da Abolição, foi aprovada a Lei Saraiva (1881), que negava aos analfabetos o direito de votar. Na virada do século 19, os alfabetizados representavam 15% da população. Entre os negros, esse número, considerados censos latino-americanos com recorte racial (Cuba e Porto Rico), devia girar em torno de 2%. Essa realidade só veio mudar com o fim da ditatura militar, cem anos depois, em 1985, quando a taxa de analfabetismo no Brasil ainda era de 22%. A de negros, de cerca de 36%. O povo passou a votar. A luta pela universalização do direito à educação ganhou impulso. E logo os negros bateram à porta da universidade, que permanecia fechada. Vieram o Prouni (2004), o Reuni (2007), o Enem/SiSu (2

LFS Política - Minha Casa Minha Vida: mais 112 mil moradias para beneficiar 440 mil pessoas

  LFS Política -  Minha Casa Minha Vida: mais 112 mil moradias para beneficiar 440 mil pessoas. Créditos PT. Confira nosso Acúmulo sobre os Programas Sociais:  https://capitaofernandopolitica.blogspot.com/search/label/Programas%20Sociais   Siga nosso Instagram  @blogdocapitaofernando    ---    www.instagram.com/blogdocapitaofernando